Comida e fertilidade: os cuidados antes mesmo de engravidar

Comida e fertilidade: os cuidados antes mesmo de engravidar

Alimento é vida! Essa é uma máxima para todos, mas há peculiaridades a serem observadas quando se trata de fertilidade e gestação. Sim, porque a atenção sobre o que se coloca no prato deve ser redobrada não apenas a partir do momento que a mulher engravida.


Antes de falarmos sobre a alimentação durante a gravidez, vale a pena lembrar que algumas modificações no padrão alimentar dos futuros pais (isso mesmo: não é somente a mulher que deve se preocupar com isso) podem auxiliar na fertilidade.


Existem muitos fatores que podem influenciar na fertilidade, claro. Mas, quando pensamos em alimentação e nutrição, alguns se destacam. O excesso de peso somado à ingestão excessiva de proteínas de origem animal (carne bovina, frango, embutidos, ovo), gordura trans (biscoitos recheados, sorvetes, salgadinhos), cafeína e alimentos ricos em açúcar e em carboidratos refinados (farinha de trigo, arroz) estão entre os que podem dificultar a concepção.


Assim, manter o peso saudável e reduzir o consumo dos alimentos listados acima é um bom começo para quem está planejando aumentar a família!


Além disso, um padrão alimentar rico em frutas e hortaliças, castanhas, sementes e peixes fornecerá nutrientes especialmente importantes para aumentar a fertilidade.


Clínica Einstein: Saúde da Gestante

 



Deu positivo, e agora?


Com o bebê encomendado, os cuidados com o que se coloca no prato devem ser redobrados. A alimentação adequada ao longo do período gestacional exerce papel determinante nos desfechos relacionados à mãe e ao bebê.


São inúmeros os benefícios de uma alimentação equilibrada e saudável nessa fase, veja os principais:




  • Auxilia na redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas do filho.

  • Promove o adequado crescimento e desenvolvimento do bebê.

  • Garante o bom estado nutricional da mãe.

  • Previne complicações na gestação (diabetes gestacional, hipertensão).


Durante a gravidez cresce a necessidade de nutrientes essenciais para que mãe e bebê possam se manter saudáveis. Isso, no entanto, não significa “comer por dois”, mas, sim, comer melhor.


As refeições devem contemplar todos os grupos alimentares, respeitando-se as preferências, intolerâncias e alergias. A gestante deve ingerir vegetais (folhosos e legumes), frutas, carnes (de boi, porco, frango e peixes), ovo, leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha), cereais (arroz integral, trigo, batata, milho e outros), azeites (de preferência extravirgens), leite e derivados. Também deve manter uma boa hidratação sempre.



Janela de oportunidade


Os reflexos de uma alimentação materna cuidadosa são mais amplos do que se imagina. Isso porque os alimentos ingeridos pela mãe atuam num processo chamado programação metabólica. Mas, o que vem a ser isso e que impacto tem na nova vida que está se formando?


Programação metabólica se refere a um período crítico do desenvolvimento (fase intrauterina e primeiro ano de vida) do bebê que induz efeitos futuros na fisiologia, função, saúde e risco de doenças.


Traduzindo: trata-se do período que compreende os nove meses da gestação e os dois primeiros anos de vida da criança. Essa etapa, também conhecida como 1000 dias, é fundamental para a saúde nutricional do bebê para o resto de sua vida.


A má nutrição do feto pode trazer consequências no desenvolvimento na infância e maior predisposição ao aparecimento de doenças crônicas, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão e alguns tipos de câncer, durante a vida adulta. Essas ocorrências estão relacionadas a dietas com excesso de açúcares simples e gordura durante a gestação.



Formação do paladar


Um dado curioso é que o paladar do bebê começa a se desenvolver já dentro do útero. Por volta da oitava ou nona semana de gestação, os receptores sensoriais do feto se formam e permitem que, conforme ingere o líquido amniótico, ele comece a criar suas primeiras memórias de sabor.


Depois de nascer, o desenvolvimento de seu paladar continua por meio do aleitamento materno. Por isso, adotar uma alimentação equilibrada e de boa qualidade durante a gestação e o período de amamentação favorece a criação de hábitos alimentares saudáveis.



Segurança alimentar


Não basta escolher os alimentos com toda a variedade de nutrientes necessários ao desenvolvimento do feto e bem-estar da mãe, é preciso também ficar atento à segurança alimentar.


Em qualquer fase da vida precisamos estar atentos à higiene e conservação dos alimentos. Durante a gestação, entretanto, esse cuidado deve ser redobrado para prevenir contaminação por microrganismos que podem colocar em risco a saúde do bebê e da gestante.


A prevenção é feita com a adoção de medidas bem simples, mas que merecem ser reforçadas, como:




  • Lavar muito bem as mãos e os utensílios antes de manusear alimentos.

  • Manter os animais de estimação longe da área de preparo dos alimentos.

  • Lavar cuidadosamente todos os vegetais antes do consumo. Deve-se deixá-los de molho em solução de hipoclorito de sódio a 2% por 10 a 15 minutos, caso sejam consumidos crus.

  • Armazenar os alimentos em geladeira logo após o preparo ou em até 2 horas no máximo.

  • Lavar bem todas as superfícies e utensílios que entrem em contato com carne, peixe ou frango crus.

  • Descongelar sempre o alimento/preparação dentro da geladeira; fazer isso à temperatura ambiente pode ocasionar contaminação.

  • Não consumir carnes cruas ou malpassadas (como o carpaccio, por exemplo).

  • Consumir ovos somente com gema dura ou bem cozidos (preparações).

  • Utilizar leite e derivados sempre pasteurizados.

  • Suspender o consumo de bebida alcoólica. Não existe dose segura.

  • Evitar chás de ervas, como hortelã, camomila, canela, hibisco, sene. Chás de frutas e de gengibre podem ser consumidos com moderação.

  • Limitar o consumo de café e outros alimentos ricos em cafeína (como chá mate, chocolate e alguns refrigerantes) a 200 mg por dia.

  • Dar preferência a alimentos orgânicos, principalmente no caso daqueles que são mais expostos a agrotóxicos (pimentão, morango, pepino, alface, cenoura, abacaxi, tomate, mamão, couve).

  • Acondicionar alimentos em recipientes de vidro, especialmente aqueles que serão congelados ou precisarão ser aquecidos. Evite os de plástico.

  • Evitar o consumo regular de alimentos ultraprocessados, como biscoitos, bolos prontos, suco de caixinha, salsicha, macarrão instantâneo, nuggets, temperos prontos, frios e embutidos etc.


CESTA BÁSICA DA GESTANTE 


Veja os principais nutrientes que devem ser consumidos durante a gestação e suas fontes alimentares