Alimentação de diabéticos requer equilíbrio e cuidados extras
Embora apresente algumas particularidades, a alimentação de diabéticos segue as características recomendadas para a população em geral e consiste na adoção de padrões alimentares saudáveis. Ou, em outras palavras: é preciso colocar no prato todos os grupos alimentares de forma equilibrada e harmoniosa para consumir os nutrientes necessários ao organismo.
Veja também:
Algum exemplo a seguir? O padrão Mediterrâneo, que tem sido amplamente estudado, com evidências de sua eficácia para a saúde, pode ser um ponto de partida. Ele tem como princípios básicos o consumo de alimentos como grãos, hortaliças, frutas, frutas oleaginosas, carnes magras (vaca, peixe e frango) e produtos lácteos desnatados. O padrão Mediterrâneo é plenamente possível de ser seguido no Brasil, em função da disponibilidade de todos esses alimentos.
Tanto para a população em geral como para os diabéticos, recomenda-se minimizar o consumo de açúcares de adição e de grãos refinados, enfatizando a ingestão de grãos e cereais integrais.
Conhecendo a composição dos alimentos
O entendimento sobre a composição dos alimentos e a função dos nutrientes funciona como um estímulo que pode aumentar a aderência dos diabéticos ao tratamento.
Os alimentos são compostos por macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), micronutrientes (vitaminas e minerais) e água. Apenas os macronutrientes fornecem energia: carboidratos e proteínas contam com 4 kcal/g; e os lípideos, com 9 Kcal/g. Vamos conhecer mais detalhadamente a influência desses grupos alimentares sobre a glicemia:
Carboidratos
Proteínas
Fibras
Gorduras
Vale ressaltar que os alimentos integrais são os mais nutritivos, auxiliam na saciedade e na manutenção de níveis mais estáveis de glicemia. Por essas razões, devem ser sempre priorizados frente aos demais. Além disso, esse tipo de alimentação deve ser individualizada.
Referências:
American Diabetes Society. Comprehensive Medical Evaluation and Assessment of Comorbidities: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes - 2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):37-47.
American Diabetes Society. Obesity Management for the Treatment of Type 2 Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):89-97.
American Diabetes Society. Prevention or Delay of Type 2 Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):32-36.
American Diabetes Society.Classification and Diagnosis of Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):14-31.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento do diabetes mellitus: medidas de estilo de vida. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. Clanad, 2019.1 (1): 96-129.
Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Mapa da Obesidade no Brasil. [internet]. Acessado 22 jul 2020. Disponível em: <https://abeso.org.br/obesidade-e-sindrome-metabolica/mapa-da-obesidade/>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica. 2 (1) Ministério da Saúde, 2014. Acessado 20 jul 2020. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf >.
Hamman RF, Wing RR, Edelstein SL, Lachin JM, Bray GA, Delahanty L, et al. Effect of weight loss with lifestyle intervention on the risk of diabetes. Diabetes Care,2006.29(9):2102-7.
Santos R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R ., Lottenberg A.M.P., et.al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol. [Internet]. 2013 Jan [acessado: 23 Jul 2020];100 (3):1-40. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2013000900001&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2013000900001.
Veja também:
Algum exemplo a seguir? O padrão Mediterrâneo, que tem sido amplamente estudado, com evidências de sua eficácia para a saúde, pode ser um ponto de partida. Ele tem como princípios básicos o consumo de alimentos como grãos, hortaliças, frutas, frutas oleaginosas, carnes magras (vaca, peixe e frango) e produtos lácteos desnatados. O padrão Mediterrâneo é plenamente possível de ser seguido no Brasil, em função da disponibilidade de todos esses alimentos.
Tanto para a população em geral como para os diabéticos, recomenda-se minimizar o consumo de açúcares de adição e de grãos refinados, enfatizando a ingestão de grãos e cereais integrais.
Conhecendo a composição dos alimentos
O entendimento sobre a composição dos alimentos e a função dos nutrientes funciona como um estímulo que pode aumentar a aderência dos diabéticos ao tratamento.
Os alimentos são compostos por macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), micronutrientes (vitaminas e minerais) e água. Apenas os macronutrientes fornecem energia: carboidratos e proteínas contam com 4 kcal/g; e os lípideos, com 9 Kcal/g. Vamos conhecer mais detalhadamente a influência desses grupos alimentares sobre a glicemia:
Carboidratos
- Existem alimentos ricos em carboidratos que são fontes de fibras e podem ser chamados de integrais. Eles contribuem para retardar a absorção da glicose e favorecem o bom controle glicêmico.
- Esses alimentos previnem a hiperglicemia logo após a refeição (período pós-prandial), mantendo bom controle glicêmico. Alguns exemplos: arroz integral, grãos (feijão ervilha, grão de bico e lentilha), cereais integrais como aveia. Já os alimentos fontes de carboidratos refinados (farinhas refinadas, arroz branco, que são pobres em fibras) não possuem essa ação.
- Os açúcares de adição (sacarose, xarope de milho), que são amplamente consumidos e muito utilizados pela indústria alimentícia, elevam a glicemia de forma mais pronunciada quando consumidos isoladamente ou em conjunto com alimentos com baixo teor de fibras. O mel também é uma importante fonte de açúcar.
Proteínas
- Nutrientes essenciais para a saúde, as proteínas são encontradas tanto em alimentos de origem animal (carne vermelha, frango, peixe e ovo) como em alimentos de origem vegetal (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico).
- Não há necessidade de restrição do consumo de alimentos-fontes de proteínas na dieta, pois essa medida não previne as complicações renais. Entretanto, recomenda-se a adequação do seu consumo, mantendo as mesmas quantidades recomendadas para a população em geral.
Fibras
- As fibras presentes nos alimentos podem ser classificadas em dois grupos, solúveis e insolúveis. As solúveis atuam no controle da glicemia: atraem água, transformam-se em gel e retardam o esvaziamento gástrico, evitando os picos hiperglicêmicos (após as refeições).
- Ambas as formas contribuem com a saciedade e também com a saúde intestinal.
- As fibras insolúveis são encontradas nos vegetais, especialmente em folhas, talos, sementes e bagaços. Principais fontes: frutas, verduras, legumes, farelo de aveia e de cevada, semente de linhaça, chia, linhaça, amêndoas, macadâmia, além de leguminosas como feijão, ervilha, grão-de-bico e lentilha.
- As fibras solúveis são principalmente encontradas em alimentos como aveia e feijão, lentilha, ervilha, frutas cítricas como a laranja.
- Vejam que alguns alimentos podem ser fontes dos dois tipos de fibras.
Gorduras
- As gorduras são compostas por ácidos graxos monoinsaturados, poliinsaturados, saturados ou trans.
- Os monoinsaturados são encontrados nos óleos de oliva e canola e também ocupam papel de destaque em frutas oleaginosas, como macadâmia, avelã, amendoim, amêndoa, castanha de caju e pistache.
- Os poliinsaturados são encontrados principalmente em óleo de girassol, milho e soja, além de nozes e castanha-do-pará.
- Um importante tipo de ácido graxo poliinsaturado é o ômega-3, cujas principais fontes vegetais são os óleos de soja e canola, além de linhaça e chia. Já as fontes animais são os peixes de águas muito frias.
- Quando consumidas em quantidades adequadas, as gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, que são frequentemente observadas em pacientes diabéticos.
- Já o consumo de ácidos graxos saturados deve ser limitado, uma vez que elevam o colesterol e o risco cardiovascular em indivíduos com diabetes.
- Entre os alimentos de origem animal, as principais fontes de ácidos graxos saturados são as carnes vermelhas, seguidas de frango (que, sem pele, apresenta baixa concentração) e produtos lácteos integrais. Já os ácidos graxos saturados de origem vegetal estão presentes nos óleos de coco e de palma.
- Assim, o consumo de óleo de coco deve ser apenas ocasional para o preparo de receitas específicas. Para o preparo das refeições, deve-se priorizar os insaturados, como os de soja, canola e oliva. O óleo de palma vem sendo muito utilizado na indústria alimentícia e deve ser também minimamente consumido.
- Quanto aos ácidos graxos trans, também presentes em alimentos industrializados e em produtos de panificadoras e salgados de lanchonetes, recomenda-se retirá-los da dieta. Esse é o componente alimentar que mais aumenta o risco cardiovascular.
Vale ressaltar que os alimentos integrais são os mais nutritivos, auxiliam na saciedade e na manutenção de níveis mais estáveis de glicemia. Por essas razões, devem ser sempre priorizados frente aos demais. Além disso, esse tipo de alimentação deve ser individualizada.
Referências:
American Diabetes Society. Comprehensive Medical Evaluation and Assessment of Comorbidities: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes - 2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):37-47.
American Diabetes Society. Obesity Management for the Treatment of Type 2 Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):89-97.
American Diabetes Society. Prevention or Delay of Type 2 Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):32-36.
American Diabetes Society.Classification and Diagnosis of Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes 2020. In: American Diabetes Association Standards of Medical Care In Diabetes -2020. Diabetes Care,2020. 43 (1):14-31.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento do diabetes mellitus: medidas de estilo de vida. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. Clanad, 2019.1 (1): 96-129.
Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Mapa da Obesidade no Brasil. [internet]. Acessado 22 jul 2020. Disponível em: <https://abeso.org.br/obesidade-e-sindrome-metabolica/mapa-da-obesidade/>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica. 2 (1) Ministério da Saúde, 2014. Acessado 20 jul 2020. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf >.
Hamman RF, Wing RR, Edelstein SL, Lachin JM, Bray GA, Delahanty L, et al. Effect of weight loss with lifestyle intervention on the risk of diabetes. Diabetes Care,2006.29(9):2102-7.
Santos R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R ., Lottenberg A.M.P., et.al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol. [Internet]. 2013 Jan [acessado: 23 Jul 2020];100 (3):1-40. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2013000900001&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2013000900001.