A demanda nutricional elevada na fase escolar, de 7 a 10 anos
A demanda nutricional elevada na fase escolar, de 7 a 10 anos, deve-se ao fato de que o corpo está armazenando energia para a adolescência (etapa em que o ritmo de crescimento aumenta) e também porque a criança tem atividade física intensa, ritmo de crescimento constante, com ganho mais acentuado de peso próximo ao estirão da adolescência.
O cardápio nessa faixa etária já está adaptado às disponibilidades e costumes dietéticos da família. Assim, é importante que os pais redobrem os cuidados para garantir uma alimentação saudável e equilibrada. A família conta com uma parceria de peso. Nessa fase, a escola passa a desempenhar papel de destaque na manutenção da saúde (física e psíquica) da criança.
É comum a criança apresentar alto gasto energético devido ao metabolismo mais acelerado que o do adulto. Ante uma rotina de atividade física e mental intensa, a inapetência comum à fase pré-escolar pode ser substituída por um apetite voraz. Uma característica peculiar dessa fase é que o ganho de peso é proporcionalmente maior que o crescimento em estatura.
Entretanto, a demanda nutricional elevada na fase escolar não é desculpa para cometer excessos. Para manter as crianças dessa faixa etária na trilha dos bons hábitos alimentares, vale seguir as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria:
- É importante ficar atento às quantidades de alimentos ingeridas nessa fase. Não é porque a criança está com apetite aumentado que se pode deixar que ela coma de tudo. Para prevenir sobrepeso e obesidade, a recomendação é evitar doces, frituras e refrigerantes.
- Os nutrientes citados na alimentação do pré-escolar continuam sendo importantes nessa fase, principalmente o cálcio e a vitamina D. A dieta deve fornecer energia e nutrientes em quantidade e qualidade adequadas ao crescimento, ao desenvolvimento e à prática de atividades físicas. E isso se consegue com refeição equilibrada, que inclua todos os grupos alimentares, conforme preconizado na pirâmide de alimentos.
- Priorize o consumo de carboidratos complexos em detrimento dos simples e proteínas de alto valor biológico (carnes, ovos, leite e derivados), além de peixes duas vezes por semana.
- Prefira alimentos in natura ou minimamente processados, por exemplo: grãos e cereais integrais, frutas, verduras, legumes, carne bovina magra, frango, peixe, ovos, leite, feijão, ervilha, lentilha. E evite o consumo dos ultraprocessados, como salsichas, biscoito recheados/amanteigados, sorvetes, macarrão e temperos instantâneos, chips, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento (massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets).
- Procure evitar que a criança troque as refeições principais por lanches. Estimule nela a “autonomia orientada”, encorajando-a fazer o próprio prato com orientações adequadas das porções.
- Preste atenção a outros hábitos que podem ter reflexo negativo na alimentação. Limite o tempo que a criança gasta com atividades sedentárias (TV, videogame e computador). Vale estipular regras como duas horas/dia ou menos para a TV.
Referências:
Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. Brasília, 2019.
Manual de alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 4ªedição. São Paulo, 2018.
Thousand days. Why 1000 days. Washington, DC: Thousand days; 2018.